sábado, 8 de janeiro de 2011

MEUS 40 ANOS

Neste invólucro guardo cenas fortes,
De metamorfoses que eu precisei ser,
E se ainda em mim existe luz,então é sorte,
Por longos invernos tristes que esperei você.

Hoje em frente ao espelho,o rosto rutilante,
Ainda consegue arguir uma ventura,
Dialogo com a outra face num instante,
Sem medo,sem resguardo,sem censura.

E nas linhas desta face se esvaece,
A lúcida esperança que agora é meu algoz,
E mesmo que quase morta estivesse,
Não deixaria morrer este desejo atroz.

Oh,etéreos ventos que tombam tórridas urzes,
Soprem esta vastidão ao meu favor,
Ultrapassem as fronteiras,acendam as luzes,
E tragam-me,vos peço, o meu amor.

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