terça-feira, 8 de junho de 2010

A matéria poética de Graça Aranha A matéria Poética de Graça Aranha Por : Madai de Queiroz Aglomeração de “horrores”, é o termo que Graça

A matéria Poética de Graça Aranha
Por : Madai de Queiroz


Aglomeração de “horrores”, é o termo que Graça Aranha se apropria para traduzir a concepção arcaica de um grupo de escritores de convencionavam os conceitos literários exatos e definidos, no seu discurso Na semana da Arte Moderna. Acrescenta ainda, como uma espécie de ironia e perspicácia, anunciando uma poesia liberta que transcenderia aos modelos vinculados ao passado que revoltariam ainda mais, aqueles que delimitavam e isolavam o conceito de arte.
Graça Aranha diz que, “idear e imaginar”, é essencial a nossa natureza. Ainda acrescenta, que o artista se apropria da natureza e faz dela uma fuga perene de transformações incessantes. Maria Rita Santos, ao dizer que Graça Aranha, padeceu de influencias e influenciou ao longo da sua carreira, acrescentando ainda, que ora tomava partido nas causas, ora ficava imparcial e sempre sabia com os fracassos extrair o bom em virtude da experiência que possuía; permite-nos entender que Graça Aranha, sabia dosas suas experiências das novas idéias trazidas da Europa e adaptá-las aos movimentos literários que estavam acontecendo no seu país. A exemplo disto Maria Rita, conclui: “É assim que se explica por que Graça Aranha, só se deixava envelhecer apenas cronologicamente, jamais nas idéias ou no pensamento”. Faz ainda questão de frisar que Graça Aranha aos 54 anos, mantinha o espírito inovador, via novidade nas coisas, assegurando que não se pode o perder de vista, que em tudo há o lado bom e o ruim, mas que o novo é indispensável para que a arte alcance sua expressividade, dependendo do grau de emoção com que ela se insinua.
No seu texto, ela destaca com bastante precisão dois lados de interpretes do discurso de Graça Aranha na Semana da Arte Moderna – Um que elogia e veemente aplaude e o outro que acusa e desmerece. Ele essas acusações a de não definir com precisão a estética do movimento. Rita explica sobre tal questão que Graça Aranha, não tinha responsabilidade de definir a nova estética, se a ele pertencia o titulo de padrinho e não pai do Movimento.
Graça Aranha, pela sua natureza intrinsecamente, ligada às origens e valorização do nacional, instiga-nos a uma precisa e marcante caracterização do poeta brasileiro e do artista, quando enfoca como prodigioso a libertação da morbidez, por uma postura reveladora de virtude e ascende na alma, que desencadeará, numa poesia usada e liberta. Nessa perspectiva, Maria Rita, explica que Graça Aranha, mantinha “uma sintonia com o homem, com a humanidade e com a vida”, na sua rejeição pelo radicalismo; propunha uma mente aberta e insinuava o moderno como elemento inevitável e indispensável para a atualização da arte, da poesia e ademais manifestações que se processavam no vasto contexto literário e porque não dizer no vasto contexto artístico.
Concluindo, ela justifica a inserção da Semana da Arte Moderna, como resultado de uma busca de novo ideário e desapego aos estilos vencidos, alem de destacar a doação precisa e marcante de Graça Aranha no êxito desse Movimento.
Na súmula, Graça Aranha fixa seu discurso, e além dele, uma arte que ultrapassa as sombras de um passado e que emerge na configuração de formas universais, resultantes de uma renúncia vaga e emanada de sensações e expressões estéticas ascendentes libertas das restrições do passado. “O homem necessita da arte para nela mergulhar e por meio de suas emoções buscar a essência, só encontrada nela mesma”. Assim acentua Maria Rita Santos, ao posicionar Graça Aranha, no lastro modernista.


Textos de Base:
A Emoção Estética na Arte Moderna- Espírito Moderno (Graça Aranha)-
Monteiro Lobato.

A Posição de Graça Aranha no Lastro do Moderno- Maria Rita Santos-
UFMA- Revista Iberoamericana, Vol. LXXII. Abril-setembro, 2006.

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